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Como estão suas memórias que te levantam?

Essa semana recebi uma mensagem da minha cunhada com a foto de um arco-íris lindo da janela do apartamento dela.


A paisagem me trouxe memórias de momentos deliciosos com minha família no Brasil.


Não importa se o que você vê pela sua janela são prédios, árvores, um muro, montanha, mar ou horizonte. Hoje, todos estão na mesma tempestade, com aflições, medo, esperança ou falta dela.


Pode parecer que a vista da janela do outro pareça um paraíso, mas esse paraíso também tem choro e não é somente das crianças.


Por trás de qualquer janela também tem a saudade da rotina, saudade da família, tem a saudade de ver a filha reclamando para colocar o casaco, de conversar com o funcionário da loja, de abraçar a amiga no aniversário, de acordar atrasada para levar a criança para a escola, de pegar a criança na escola toda suja de tinta e suada de tanto correr, vontade de planejar uma viagem, de ver uma notícia que não seja relacionada a gravidade do momento que estamos vivendo.


Assim como a foto me trouxe um tanto de memórias gostosas, o que vai ficar gravado na essência da nossa vida serão os momentos bons e alegres.


Se permita rir das bobagem, de seguir mais leve, apesar de tudo. Se permita transbordar de carinho sem hora marcada, de dar chamego do nada.

Saiba que é com amor que o mundo fica um pouquinho melhor.


A rotina nos tira a capacidade de perceber e receber esse amor, mas somente desse jeito é que ficará gravado nas lembranças da sua criança, que na janela que ela vê, existe um horizonte lindo dentro da sua casa.

O marasmo da insatisfação


Uma época eu me percebi com um sentimento esquisito, um sentimento de que a vida estava percorrendo um caminho completamente conhecido.


Sabe a sensação de que nada te surpreende mais? Quando você faz as mesmas coisas todos os dias e você já sabe exatamente como o dia irá começar e terminar?


Não sei se você já sentiu isso, não é sobre estar insatisfeito com a vida, ou não gostar do trabalho. É uma sensação de que tudo é igual, de que as semanas vão passando e se repetindo meio que do mesmo jeito, totalmente previsível.


Lembro-me que comecei a questionar o motivo de eu estar me sentindo assim e nesse dia estava sentada, de forma previsível, tomando um café após o almoço.


Foi quando eu olhei para meus filhos. E percebi que por mais que a nossa rotina fosse a mesma, eles sempre estavam entusiasmados e com alegria em viver.


Ali eu me dei conta que os adultos se sentem entediados com a vida pois não se permitem experimentar nada novo. Os adultos colocam a vida como posta, e não se permitem aprender outras coisas.


Já a criança difícil ficar entediada, pois ela se permite experimentar coisas novas, ela permite mudar a rota do dia dela, permite-se aprender. O tédio na criança é muito relacionado com o que não se oferta a ela, inibindo a curiosidade.


Muitas vezes o tédio se instala porque a gente fica numa lógica muito previsível da vida. Mas naquela tarde eu decidi parar de esperar por novidades, parar de esperar que a vida me surpreendesse e decidi me surpreender. Então, eu me matriculei no curso de patinação no gelo para adultos.


Às vezes a gente entra no piloto automático e passa a fazer sempre as mesmas coisas, e quando a gente se dá conta que é possível sim se comprometer a fazer algo diferente, isso nos dá uma alegria e perspectivas também diferentes.


Os papéis que assumimos são importantes, mas certamente, podemos ser outras coisas além das que foram postas para nós.


Temos que resgatar os espaços de criação, de brincadeira, de expressão, de nos experimentarmos em outros lugares. Algo simples, seja fazendo uma comida, pintando um quadro, aprendendo um idioma.


Algo que seja possível para você.


Quando você se perceber com esse sentimento, se pergunte: Será que a vida está entediante ou o jeito que eu estou vivendo está sem graça?



*Publicado em Parentalidade


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