Pilar 4: Identifique seus Momentos Emocionais

Quarto e último Pilar é conseguir identificar os Momentos Emocionais, os Pontos de Inflexão, fatos do passado que te marcaram fortemente e foram capazes de criar hábitos emocionais que se repetem em situações difíceis.

Mariana preciso de ajuda!

Meu filho não come, a hora de dormir é a hora do terror, meu filho grita e se joga no chão, ele não me obedece, minha filha não aceita não, Minha filha tem pouca confiança, e meu filho é tímido, meu filho não me conta coisas importantes, meu filho não confia em mim….

Vou dizer uma coisa muito importante . O seu filho não é o problema.

Infelizmente eu não vou te ajudar com o comportamento dele. Vou ajudar você, para que você possa se relacionar melhor com VOCE. E o resto vem por acréscimo.

Jesper Juul um terapeuta familiar dinamarquês e autor de vários livros sobre pais, dizia sempre que um problema da criança é sempre um problema da família.

Tem criança que pode necessitar de algum tipo de ajuda específica, claro. Mas para essa ajuda atingir o potencial máximo, os pais também precisam fazer a sua parte do trabalho. E que nunca deve-se tratar apenas a criança. Mesmo quando a criança tem diagnósticos ou doenças, a família toda faz parte do plano de tratamento. O meu objetivo aqui com esses conteúdos não é mudar a criança, de forma alguma. A criança está no seu processo de desenvolvimento emocional, ela é uma esponja, ela absorve tudo, até mesmo o que a gente esconde, sabe nosso pensamento…. a crianças absorvem.

Então se a gente está identificando algum comportamento que julgamos não ser acordo com as nossas expectativas… Pode ter certeza… Se você olhar para dentro de você, perceberá algo que desperta isso na criança.

Em situações ‘normais’ (que é a maior parte delas), quando os pais têm alguma orientação e decidem olhar para as suas questões e o seu desenvolvimento pessoal, a relação com o filho muda, e consequentemente o comportamento.

Tudo, sem ter de utilizar estratégias comportamentalistas para mudar o comportamento da criança. De verdade, eu te garanto! Sem serem necessários castigos, ameaças, recompensas ou subornos, por menores que sejam.

Se comer tudo ganha um sorvete! Essa transformação é muito mais rápida que você imagina. Vamos imaginar a seguinte situação: O despertador toca pela segunda vez. Queremos prolongar por mais uns minutos o nosso descanso na cama, mas não dá para atrasar mais. A escola não espera, nem a reunião que temos agendada. Abrimos a janela, chamamos pelos filhos (algumas muitas vezes) e começa a correria! Tem dias que demooooram para levantar da cama. E a gente diz “Vamos pessoal, já estamos atrasados” e Demoooooram para tomar o leite e o café da manhã. “Vamos pessoal comam, vamos chegar atrasados!” Demooooram para se trocarem. “Vamos pessoal” Demooooram para calçar o tênis. Demooooram para sair de casa para ir para a escola. “ Pessoal anda, anda! Papai já está no elevador.” A sensação de que tudo está câmeraaaaa lentaaaa. Assim começa nosso dia. Foi-se a calma, foram-se os planos, foi-se a conexão e a presença. O relógio não pára! Para você é familiar esta sensação? Aqui em casa era exatamente assim, ainda mais com 3 crianças que cada um tem ritmo, cada um com uma determinada necessidade. Parece que já acordamos exaustos, temos uma pressa enorme, sabemos tudo que temos para fazer. Estamos num ritmo que não é o mesmo da criança. E ficamos impondo esse ritmo a eles. Podemos facilmente identificar diversos momentos de estresse em nossa rotina que são recorrentes. Este é exatamente o momento de parar. Parar e respirar profundamente e olhar como observador, sem julgamento para toda a dinâmica. E se te incomoda, esse é o momento de decidir Transformar, Mudar. Para começar o processo de transformação é necessário que você coloque em prática algumas estratégias para mudar um comportamento: Hoje quero fazer com você uma delas, se puder dê uma pausa no vídeo e pegue um papel e uma caneta. > Quero que você escreva 3 intenções em relação a você como mãe e pai, por exemplo: 1 - Vou procurar estar presente e consciente em todos os momentos com meus filhos. 2 -Vou-me esforçar para ver sempre os pontos de vista dos meus filhos e procurar perceber quais as suas necessidades. Livre dos meus pré conceitos, julgamentos e expectativas sob eles. 3- Me entregarei totalmente a uma parentalidade consciente e terei sempre os meus valores base comigo (Integridade, Respeito e Empatia). Agora preciso que você tente se lembrar um momento do dia em que você teve uma atitude que não gostaria de ter tido e que gostaria de mudar. Por exemplo: Hoje pela manhã por estar atrasada para uma reunião eu não me conectei da forma que gostaria com meus filhos. Minha filha me fez uma pergunta e eu mal olhei nos seus olhos e respondi de forma brusca e sem pensar. Na folha você faça a seguinte anotação: 1 - Meu comportamento: Nesse caso, eu não olhei nos olhos, não dei atenção e respondi de forma brusca. 2 - Interprete ou tente entender o motivo desse comportamento: Não fiz isso por que estava com o pensamento em todas as minhas responsabilidades do dia. 3 - Como você se sentiu nesse momento: Me senti irritada, com medo de me atrasar e não cumprir as minhas obrigações. Agora busque anotar um outro momento de conflito. Por exemplo: meu chefe cobrou a entrega de um trabalho e disse que eu precisava melhor alguns pontos. Eu voltei para minha mesa sem olhar pra ninguém, focada, e comecei a refazer o trabalho. Quando meu colega de trabalho veio me pedir ajuda, eu respondi bruscamente e não o ajudei. E numa folha você faz as mesmas anotações sobre qual foi o comportamento, o porquê do comportamento e qual foi o sentimento durante o comportamento. 1 - Meu comportamento: Nesse caso, eu não olhei nos olhos, não dei atenção e respondi de forma brusca. 2 - Interprete ou tente entender o motivo desse comportamento: Não fiz isso por que estava com o pensamento em todas as minhas responsabilidades do dia. 3 - Como você se sentiu nesse momento: Me senti irritada, com medo de atrasar o trabalho e não cumprir as minhas obrigações. Veja. Situações completamente diferentes, porém com o mesmo comportamento. Vá agora olhando para trás na sua vida. Tente lembrar da sua primeira memória que remete às mesmas respostas do exercício. Ilustrando com o exemplo que havíamos falado, seria o primeiro evento em que você se sentiu irritada, com medo de falhar, com pensamentos avoados e reagindo com evasão e irritação. Você pode se deparar com um fato aparentemente simples comparado à vida que você tem hoje. Pode ser um dia em que seus pais ou alguém não deram atenção aos seus sentimentos, não quiseram acolher as suas emoções, e possivelmente diminuíram a sua importância colocando outros fatos acima da sua necessidade. Você querendo uma brincadeira nova, não querendo tomar banho, ou fazendo o seu primeiro dever de casa. E a partir desse dia, você repetiu em situações distintas o mesmo comportamento. Esse é o MEPI. Esse foi seu momento emocional que definiu a me mudança de uma postura sua, criando um novo comportamento, por isso um Ponto de Inflexão na sua vida. Compreender esse momento, e todos os outros seguintes, é um importante meio para mudar seu comportamento. O que você faz e como você se comporta não é quem você é realmente, mas sim uma construção. E toda construção pode ser derrubada e reconstruída. Derrube seus muros, derrube suas paredes. Acredite que você é capaz de conquistar essa mudança. Quanto mais você reconhecer os seus sentimentos e emoções, quanto mais você oferecer a si mesmo um acolhimento desse sofrimento, mais rápida é a sua transformação. Em um dos ensinamentos budistas há uma passagem que diz: o que é costumeiro no tolo é esquecer nas horas cruciais o que prometera na horas normais. Isso significa que, em momentos sem conflito se você ignorar quem você realmente é, você irá falhar. Em momentos em que você precisa ter consciência dos fatos a sua volta, você ignora-os, esse é o momento que seu muro cresce e menos você enxerga a realidade. Derrube seus muros e construa pontes. Reconstrua a sua memória emocional reconhecendo e aceitando suas emoções. Faça um mapa dos seus hábitos até encontrar o seu ponto de Inflexão, o seu MEPI. Continue aqui que mostrarei alguns exercícios sobre como colocar em prática tudo que falei essa semana. Vamos juntos nessa jornada de transformação. E lembre-se sempre não existe mãe e pai perfeitos mas existe o que sempre busca melhorar.

**Eu mantenho uma pesquisa aberta para conhecer mais sobre você, quais temas você gostaria de saber e qual pergunta você gostaria de fazer. Você não precisa se identificar na pesquisa e não é pedido o seu email. Pode clicar aqui e muito obrigada por participar.