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Quer que eu desenhe?

A tão conhecida expressão “quer que eu desenhe?”, parece ofensiva, mas ela pode também ser fruto de uma boa reflexão. O óbvio para você, muitas vezes, não será tão óbvio para a outra pessoa.


Se a fala pode ser interpretada de diversas maneiras, imagine o sentimento. Tenho pensado muito nisso e muito mais sobre o amor.


Percebi que o amor se perde no dia a dia. Que, quando me descuido e deixo o piloto automático governar a minha rotina, o amor fica perdido entre pilhas de roupa suja, preparo de almoço, exercícios da escola, reuniões, projetos que precisam ser entregues e repetidos pedidos de “falem mais baixo porque não estou escutando nem meus pensamentos”. Ele se esconde, porque precisa de disposição e entrega para aparecer nos meus atos.


Talvez você esteja pensando que toda a rotina citada acima é realizada com amor. Sim, pode ser que seja. Mas eu te pergunto, esse amor chega nas crianças? Será que elas se sentem amadas com isso e apenas isso?


A verdade é que o óbvio não é tão óbvio assim.


Entre o amor que sentimos e o que elas recebem há uma distância imensa, bem maior do que gostaríamos. As crianças não sentem o amor por ordem de serviço, por escola paga, por almoço na mesa.


Criança entende amor na escuta, no abraço, no olhar de admiração, no tempo junto, no colo, no “eu te amo” dito com todas as letras, sem que ela acredite que precisa se esforçar para receber esse amor.


Quando deito na cama e faço uma retrospectiva das horas que estive com meus filhos, me pergunto se em algum momento me conectei com o amor que sinto por eles e se eles sentiram o meu amor.


E quando essa resposta vem negativa, acolho a minha humanidade imperfeita e busco entender como posso fazer melhor no dia que virá. Um dia por vez.


Quando a gente muda, o mundo muda, as pessoas mudam e as ideias também. Ainda bem…


Fale o óbvio, volte sempre pro óbvio, porque, entre o amor que sentimos e o que chega na criança, muitas coisas se perdem no meio do caminho.


Publicado em Parentalidade

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